





Ficha Técnica 2023
- Presidente: Luiz Guimarães
- Carnavalesco: Paulo Barros
- Diretor de Carnaval:Moisés Carvalho
- Intérprete: Tinga
- Mestre de Bateria: Macaco Branco
- Rainha de Bateria: Sabrina Sato
- Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas
- Comissão de Frente: Alex Neoral e Márcio Jahú
“NESSA FESTA, EU LEVO FÉ!”
G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel |Carnaval 2023
Sinopse – RESUMO
A religiosidade que motiva grande parte das comemorações em todo o mundo tem sua origem em cultos a divindades consideradas profanas se colocadas em oposição à ideia monoteísta, de um único deus, propagada por algumas religiões. Na festa do Carnaval da Vila Isabel, a fé vem acompanhada da diversidade, onde todos os deuses fazem parte da história de uma só humanidade, que trilha caminhos diferentes em busca da felicidade.
No começo, foi Dionísio na Grécia. O deus grego foi o princípio de tudo. Tempos depois, a mitologia romana incorporou Dionísio como Baco. O deus da uva, cultuado na época das colheitas, percorreu muitos lugares para semear a nova devoção, a entrega absoluta ao mais irresistível desejo: o de celebrar! Seu vinho entorpecia os sentidos, embriagava a alma, aproximava os corpos, libertando as mulheres que dançavam em rodopios para homenageá-lo e se entregarem ao êxtase místico. Seus ensinamentos frutificaram e atravessaram os séculos. Baco, o deus das festas, atendendo ao chamado da Vila Isabel, renasce e inicia uma nova caravana que chega à Sapucaí e faz um desfile para afastar a tristeza, animar os corações e semear felicidade.
O cortejo divino que invade a Avenida e contagia o público canta forte e canta alto, embalado pelo ritmo emocionante da bateria. Todos dançam para evocar a divindade que deu origem a todas as festividades! Evoé! Evoé! Que soem os tambores! A festa de todas as festas vai começar!
QUEM NOS ENSINOU A FESTEJAR… FORAM DEUSES MILENARES!
Se os antigos gregos e romanos nos brindaram com o mais puro vinho da celebração, os egípcios nos ensinaram a comemorar o ano inteiro. Seus festivais eram uma espécie de libertação, de catarse coletiva dos problemas da vida dura e entediante, onde o que se queria era brincadeira e diversão para afastar as tensões das guerras, agradecer e pedir favores aos deuses. De todas as festas, uma das mais populares era dedicada a Bastet, deusa da fertilidade, da reprodução, da embriaguez, da dança e do amor, que tinha o poder de fertilizar a terra e as pessoas, sendo celebrada na época da semeadura para invocar boas colheitas.
Da Mesopotâmia, vem o Akitu, uma espécie de pacto, onde o destino da humanidade era receber prosperidade se cultuasse os deuses. Marduk, uma divindade de vida, morte e renascimento, inaugurava um novo ciclo de estações para a agricultura, sempre que os humanos o cultuavam. Esse antigo festival de tradição assíria acontece até os dias de hoje. O que poucos sabem é que ele influenciou o mundo na realização das festas do Ano Novo. Feliz Akitu!
Uma explosão de cores começa a encantar a Avenida com o Holi Festival, um dos mais antigos da Índia, que se espalhou por diversos lugares do mundo para comemorar a chegada da primavera e da renovação da esperança. As pessoas jogam pós coloridos umas nas outras, e as cores simbolizam o amor das divindades hindus Krishna e Radha.
A Inti Raymi, Festa do Sol, é a mais importante celebração da cultura andina, que remonta aos tempos da chegada da ocupação Inca em território peruano. O festival tem origem em uma súplica para que o deus Sol iluminasse as montanhas geladas no topo das Cordilheiras dos Andes e garantisse bons períodos de plantios e colheitas. Mas, na verdade, esse culto foi inspirado pela antiquíssima civilização de Tiwanaco, na Bolívia, onde está a famosa Porta do Sol.
As tradições milenares representadas no Ano Novo Chinês, uma festa que dura 15 dias, ganham vida na Passarela! A Dança do Leão, que vem dos tempos das dinastias Han e Tang, como uma cerimônia para exorcizar espíritos maléficos e invocar sorte e felicidade, faz parte dessa tradição. O Festival das Lanternas encerra as comemorações e é muito especial, pois é a primeira noite de lua cheia do calendário da China, marcado pelo retorno da primavera. Acredita-se que o imperador Han Ming, um defensor árduo do budismo, há cerca de dois mil anos, ao saber que os monges, em respeito ao Buda, iluminavam os templos com lanternas, no décimo quinto dia do primeiro mês lunar, ordenou que todos acendessem lanternas em suas casas nessa mesma data.
Iluminada a Avenida pelos cultos que pediam proteção e prosperidade aos antigos deuses mitológicos, o cortejo atravessa o tempo para apresentar as festividades que direcionam a devoção de seus fiéis a divindades e santos protetores em diferentes lugares do mundo.
TEM PADROEIRO NO MUNDO INTEIRO!
As ruas espalhadas em todo o planeta recebem devotos o ano inteiro, para louvar seus protetores e padroeiros. São milhões de pessoas que se dedicam a praticar a fé com a paixão de quem quer obter uma graça, agradecer ou, simplesmente, participar da festa! O sentimento coletivo de comunhão e alegria mantém vivas tantas tradições e manifestações populares mundo afora.
E, no Japão, são incontáveis as divindades e celebrações! De origem xintoísta, os festivais “matsuri” reverenciam guardiões de templos e cidades, por todo o país. O consagrado Santuário Okunitama celebra a divindade Okami, guardiã de sua antiga província, em dias e noites de festivais lotados, como o Kurayami. As procissões de cores, andores, ritos e trajes típicos simbolizam o encontro feliz do povo com o divino e perpetuam a cultura japonesa.
Pelas ilhas Filipinas, na Ásia, o Festival Sinulog recebe milhões de pessoas de diversos lugares, encantadas com as danças rituais e amúsica dos tambores e gongos nativos em homenagem ao protetor Santo Niño. A devoção à imagem do Menino Jesus surgiu a partir da fusão do catolicismo com as crenças dos povos originários, que os colonizadores não conseguiram impedir.
Em terras irlandesas, irreverentes e animados desfiles celebram o Dia de São Patrício, padroeiro nacional, refletindo o sincretismo da fé católica com as tradições pagãs dos antigos povos celtas e seus sacerdotes druidas. O verde das fantasias de duendes e do trevo, símbolo de sorte e do início da primavera desde os ancestrais, toma conta das ruas, com muita música, comida e bebida!
Já em Valência, na Espanha, a adorada santa protetora recebe uma bela e colorida homenagem que deslumbra a todos. O cortejo da Oferenda das Flores à Virgem dos Desamparados ocorre durante os festejos das “Fallas” pagãs locais. Milhares de “falleras” e “falleros”, com seus trajes típicos e bandas animadas, caminham pelas ruas até a praça da Basílica da Virgem, levando buquês que vão formar o manto da colossal imagem da padroeira da cidade, construída especialmente para receber as oferendas florais. É um espetáculo de alegria e devoção!
A FESTA NOSSA DE CADA DIA
Baco, o deus do êxtase, conduz o desfile às terras brasileiras, onde os festejos também pertencem ao reino do sagrado e do profano. As festas nossas de cada dia têm o poder de espantar a dor e a miséria com a mais pura alegria! O país possui inúmeros folguedos de fé que mostram a diversidade de tradições e o sincretismo de elementos cristãos, afro-brasileiros e indígenas.
Uma das maiores manifestações religiosas populares da Bahia é a Lavagem das escadarias do Bonfim. O ritual que reúne milhares de pessoas no Largo do Bonfim, bem em frente à igreja, no alto da Colina Sagrada, se repete todos os anos, desde o final do século XVIII. Todos se vestem de branco, a cor de Oxalá, o deus iorubá sincretizado com Nosso Senhor Jesus Cristo. As baianas da Vila fazem a festa do Senhor do Bonfim! É água de cheiro para Oxalá e oferendas no mar para Iemanjá! Em várias regiões do país, multidões se encontram nas areias das praias ou participam de procissões para homenagear a divindade afro-brasileira e Rainha do Mar. Na Festa de Iemanjá, a vaidosa orixá recebe flores, perfumes, espelhos, bijuterias e comidas, que são colocados em pequenos barcos e lançados nas águas por seus devotos e admiradores.
Mas “num tem festa mió” que a Junina! É Santo Antônio, São João e São Pedro, é pular fogueira, dançar quadrilha e comer de um tudo que é comida típica! Colocar a roupa caipira, brincar no ritmo contagiante do “arraiá” e cair na festança até o dia clarear! E não perder o casamento na roça, que, além de divertido, faz homenagem ao santo casamenteiro.
Os festejos de fé se espalham pelos campos e cidades brasileiras. A Cavalhada, um folguedo que veio de Portugal, tem origem nos torneios de cavaleiros medievais. É a teatralização de uma batalha ao ar livre entre cavaleiros cristãos e mouros, belamente ornamentados, que acontece em diversas cidades do interior. Outros personagens irreverentes e mascarados, de caráter profano, também fazem parte desse folclore, saindo pelas ruas a galope em uma grande algazarra!
Em Belém do Pará, acontece o Círio de Nazaré, a maior manifestação católica do país e um dos maiores eventos sagrados do mundo! A cidade inteira é pura emoção e alegria! Milhares de pessoas querem participar da procissão e agarrar a corda utilizada para puxar a luxuosa berlinda que transporta a imagem da santa. Para os romeiros, a corda representa o elo com Nossa Senhora de Nazaré. Ao tocá-la, participam intensamente da fé do Círio de Nazaré.
Símbolo da magia amazônica, o Festival de Parintins arrebata multidões e brincantes, que, ao som dos tambores e da toada, defendem as cores dos bois-bumbás. A grande manifestação folclórica brasileira envolve religiosidade e fantasia, para contar a história dos povos da floresta e as lendas do boi-bumbá. O apogeu do espetáculo é o auto da ressurreição do boi, com a intervenção do poderoso pajé. O público vibra!
A MORTE É UMA FESTA!
Baco, o deus da renovação e da alegria, conduz o desfile por festejos e ritos que transformam a tristeza da morte em uma grande celebração à vida e à memória dos que partiram. Essas homenagens festivas fazem parte do legado de culturas e tradições ancestrais em que a morte é entendida como uma forma de renascimento espiritual, um ciclo contínuo de vida, e não um fim! Também representam o momento de reencontro feliz e de reverência aos antepassados.
“Está bem, agora vai ser sempre assim. Os mortos não reviverão mais quando se fizer Kuarup, somente as suas almas! Agora vai ser só festa!”. Assim profetizou o mítico Criador Mavutsinim, ao fundar o Kuarup, o ritual das nações indígenas do Alto Xingu, em homenagem aos mortos. Na aldeia, são dias de festividades, para honrar a história daqueles que se foram e libertar suas almas paraviverem na eternidade.
Os povos africanos Dogon, da região de Mali, também cultuam seus antepassados e realizam festivais e cerimônias, como a Dança das Máscaras, para que os falecidos descansem no mundo espiritual. Em solo sagrado, celebram com trajes e máscaras coloridas, que simbolizam a conexão entre o mundo do Sol e o da Terra, onde a vida e a morte se encontram.
O Festival do Fogo, que acontece nas Ilhas de Shetland, na Escócia, é celebrado por descendentes vikings, que, ao final do desfile, queimam uma embarcação lançada ao mar, ao som de cânticos, comidas e bebidas. A apoteótica cena que encerra o festival remonta às antigas celebrações funerárias dos guerreiros vikings, que acreditavam que a morte gloriosa em batalha os levaria a Valhala, o mítico Salão dos Mortos, onde viveriam e comemorariam com os deuses.
De origem ancestral, o Dia dos Mortos, no México, celebra avida e a memória dos antepassados. Acredita-se que somente nessa época as almas podem voltar para visitar seus entes queridos. As pessoas se fantasiam, festejam e montam altares com comidas e bebidas, flores e velas, para guiar os espíritos em seu caminho. As caveiras belamente pintadas, como “La Catrina”, são o símbolo mais popular da festa e da cultura mexicana!
Em Nova Orleans, a música faz parte da vida e da morte! Os cortejos do Jazz Funeral são uma tradição religiosa importante da cultura afro-americana local. Nas marchas fúnebres, as bandas de metais começam tocando músicas solenes, mas, após o enterro, os ritmos se tornam comemorativos e catárticos. Todos cantam, dançam e agitam lenços, para festejar a vida e a história de quem partiu.
Já no dia 31 de outubro, em diversos países de origem anglo-saxônica, como os Estados Unidos, os mortos são celebrados em festejos com enfeites e fantasias “assustadoras” e divertidas. O famoso Halloween tem suas raízes no festival da colheita Samhain, dos antigos povos celtas, que marcava a chegada do inverno como a aproximação com o mundo dos mortos. Ao longo dos tempos, a festa pagã foi sendo adaptada, até ser instituída pela Igreja Católica como a Véspera do Dia de Todos os Santos.
CARNAVAL: NESSA FESTA, EU LEVO FÉ!
Todos os anos o mundo se prepara para comemorar uma das mais impressionantes festas do calendário religioso: o Carnaval! Inspirado nas celebrações pagãs da Antiguidade, ele foi incorporado pela Igreja Católica, como o tempo permitido aos fiéis para cometerem todos os pecados: embriagar-se, comer muito e se entregar aos prazeres da carne até a Quaresma. Alguns dos carnavais mais divertidos entram no cortejo da Vila, para revelar ao público formas diferentes de brincar nessa folia divina e profana que encanta multidões.
No ano da consagração da Basílica de São Marcos, um monarca medieval local decretou que, no Carnaval de Veneza, todos deveriam se divertir, sem se preocuparem com a posição social. Desde então, a cidade recebe animados foliões, que, escondidos atrás de lindas máscaras e vestimentas, só se reconhecem na euforia da deliciosa brincadeira dos carnavais de rua!
Se, para se divertir em Veneza, é preciso apenas uma máscara, já em Santa Cruz de Tenerife, nas Ilhas Canárias, desfiles extravagantes exibem fantasias alegóricas que ocupam as ruas, surpreendendo a multidão, que, alegremente, canta, dança, come e bebe sem limites!
Bailes e bandas animam o Mardi Gras, em Nova Orleans, onde se misturam tradições europeias, africanas e caribenhas. A distribuição de colares de miçangas e contas para os brincantes é típica dos desfiles populares, além das cores roxa, verde e dourada nos adereços, fantasias e alegorias.
A Escola de Noel iniciou seu desfile conduzida pelo deus Baco, mostrando a origem das festas religiosas e nos encantando com seu legado de alegria e diversão. Agora, a divindade do prazer escolheu concluir sua trajetória no lugar mais animado de todos: a Marquês de Sapucaí, onde acontece o maior espetáculo a céu aberto da Terra: o Carnaval carioca! O cortejo toma conta da Avenida, reverencia e conduz o Rei Momo, personagem histórico, expressão maior do nosso sentimento divino de realeza e do triunfo do prazer! Na Apoteose, o Rei anuncia:
“Diga aos súditos da folia
que, no final dessa história,
vocês que semeiam alegria
merecem colher a vitória!
Evoé! Nessa festa, eu levo fé!”
Títulos da Escola
2013
Campeã
1988
Campeã
2006
Campeã
Ficha Técnica
- Fundação: 04/04/1946
- Cores: Azul e Branco
- Presidente: Luiz Guimarães
- Presidente de Honra: Martinho da Vila
- Quadra: Av. 28 de Setembro, nº 382 – Vila Isabel – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20551-031
- Barracão: Cidade do Samba (Barracão nº 05) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa – CEP: 20.220-290
- Web site: http://www.unidosdevilaisabel.com.b
A História da Vila Isabel
A casa de “China”, primeiro presidente da escola, serviu até 1958 como sede administrativa da agremiação. Os ensaios eram realizados no Campo do Andaraí. O primeiro enredo da Vila, De Escrava a Rainha, contou com apenas 100 componentes desfilando na Praça Onze: 27 ritmistas, 13 baianas e mais 50 pessoas. Paulo Brazão, um dos fundadores da escola, foi um dos maiores ganhadores de samba-enredo da Vila Isabel, em 1960, a escola ficou em primeiro lugar no Grupo 3, com o enredo Poeta dos Escravos.
Uma das figuras mais conhecidas da escola é, sem dúvida, Martinho da Vila. Sua entrada na agremiação aconteceu em 1965: ele fazia parte da Escola de Samba Aprendizes da Boca do Mato e já estava partindo para o Império Serrano, quando surgiu o convite para integrar a ala de compositores da Vila Isabel. Na nova escola, Martinho reestruturou a forma de compor sambas de enredo, com a introdução de letras e melodias mais suaves, emplacando 4 sambas consecutivamente. No carnaval de 1967, Martinho da Vila compôs Carnaval de Ilusões, em 1968 Quatro Séculos de Modas e Costumes, em 1969, Iaiá do Cais Dourado e em 1970, Glórias Gaúchas.
Em 1979, a Vila saiu vitoriosa do Grupo 1B, com um enredo feito por Yêdda Pinheiro, falando sobre Os dourados anos de Carlos Machado. Foi a primeira vez que uma escola homenageou um vulto da cultura ainda vivo. Hoje é lugar comum, mas esta foi a primeira vez em que isto foi feito.
No grupo especial, a Vila Isabel conquistou seu primeiro campeonato apenas em 1988, desfile do samba-enredo Kizomba, a festa da raça. O desfile marcou a passarela do samba, por abusar de materiais alternativos, como a palha e sisal, e pela garra dos componentes da escola. Para muitos que seguem os desfiles este é considerado um dos maiores desfiles de todos os tempos.Infelizmente, devido a um grave temporal, que deixou a cidade do Rio de Janeiro em estado de calamidade pública, o Desfile das Campeãs não foi realizado.
Após a vitória de 1988, a escola ainda conseguiu uma boa colocação com Direito é Direito, em 1989 (4º lugar), nesse ano, foi marcante a comissão de frente formada por mulheres grávidas. Mas na década de 1990, a escola alternou entre a 7ª e a 12ª colocação. Em 2000, no entanto, a Vila Isabel ficou na 13ª colocação, sendo rebaixada para o Grupo de Acesso. Em 2002, com um enredo sobre Nilton Santos a Vila deixou de subir ao Grupo Especial por engano de um julgador, que trocou a nota 10 que seria dada à Vila por uma nota menor, que seria dada à União da Ilha. Com isso, a Acadêmicos de Santa Cruz, sagrou-se campeã.
Em 2004, com um enredo sobre a cidade de Paraty, a Vila retorna ao especial, sagrando-se campeã do Grupo de Acesso. Em 2005 tendo Joãosinho Trinta à frente, que vítima de um derrame cerebral não pode continuar os trabalhos a Vila trouxe um enredo sobre navios que lhe deu a 10ª colocação.
Em 2006, a Vila Isabel levou para a avenida o enredo “Soy loco por ti América – A vila canta a latinidade”, do carnavalesco Alexandre Louzada e conseguiu seu segundo título, depois de muito sofrimento na apuração. Com um contagiante refrão, o samba-enredo da Vila Isabel foi um dos que mais fizeram as arquibancadas cantarem e, curiosamente, foi o que determinou o título.[31] A empresa PDVSA, estatal petrolífera da Venezuela, financiou o carnaval da Vila Isabel com uma doação de R$ 900 mil. Entretanto, segundo reportagem do “Jornal do Brasil” de 3 de março de 2006, autoridades venezuelanas estavam investigando o patrocínio e seu verdadeiro valor, pois há versões de que o montante ficou entre US$ 450 mil e US$ 2 milhões. O matutino venezuelano Reporte noticiou em sua capa que mais de 500 pessoas viajaram ao Rio de Janeiro com todas as despesas pagas pela PDVSA para participar do desfile da Vila Isabel. Em 2007, com enredo falando sobre as Metamorfoses, de Cid Carvalho, que estreava carreira-solo, terminando na 6ª posição.
No carnaval de 2008, falando sobre os Trabalhadores do Brasil, a Vila vem com um desfile rico e visualmente perfeito. No entanto, um erro de manobra do último carro prejudicou a escola de Noel, mas não tiraram o brilho da Miss Brasil 2007 Natália Guimarães que assumiu o posto de madrinha de bateria
No carnaval de 2009, a Vila falou sobre o centenário do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com o enredo “Neste Palco da Folia, Minha Vila Anuncia: Theatro Municipal, a Centenária Maravilha”, de autoria do carnavalesco Alex de Souza, que em parceria com o polêmico Paulo Barros, terminou na 4º colocação.
No carnaval de 2010, a Vila falou sobre o centenário de Noel Rosa, com o enredo “Noel: a presença do poeta da Vila”,do carnavalesco Alex de Souza. Para este carnaval, contou com um samba composto por Martinho da Vila, o que não acontecia desde 1993, além das estreias de Mestre Átila, como diretor de bateria e a presença de Gracyanne Barbosa como rainha de bateria. No entanto, a escola que lutava por mais um título, terminou na mesma colocação do ano anterior.
Meses após o carnaval, seu presidente na época, Wilson Vieira Alves (mais conhecido como “Moisés”), foi preso durante a Operação Alvará, após ser acusado de liderar a máfia ligada a exploração de caça-níqueis em Niterói e São Gonçalo. Com sua prisão, assumiu interinamente a direção da escola seu filho Wilsinho, que acumulava também o cargo de superintendente.
No Carnaval de 2011, a escola apresenta um enredo sobre o cabelo, enredo desenvolvido pela carnavalesca Rosa Magalhães, alcançando apenas o quarto lugar. Nesse mesmo ano o presidente Wilsinho é eleito para comandar a agremiação.
No Carnaval de 2012, a Vila Isabel foi a última escola a desfilar no primeiro dia, com o sol bastante claro na Sapucaí levou o enredo “Você Semba Lá… Que Eu Sambo Cá – O Canto Livre de Angola”, sobre Angola num desfile que marcou a escola e fazendo ela ficar em terceiro lugar.
No Carnaval de 2013, a escola homenageou o agricultor com o enredo “A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo – Água no feijão que chegou mais um”. A Escola recebeu patrocínio de aproximadamente 10 milhões de reais da empresa alemã BASF, uma das maiores fabricantes de fertilizantes do mundo.. O desfile da Vila Isabel foi o último do segundo dia de desfiles. A Vila Isabel era considerada por muitos, tanto público quanto especialistas, uma das favoritas, juntamente com a Beija-Flor, Unidos da Tijuca de Paulo Barros e Salgueiro. No dia da apuração, porém, a Vila se sobressaiu sobre as demais escolas e conseguiu seu terceiro título no Grupo Especial, consagrando assim o melhor samba de 2013 composto por André Diniz, Arlindo Cruz, Martinho da Vila, Tunico e Leonel
A parceria de sucesso com a empresa BASF foi mantida para o carnaval de 2014, quando a agremiação falou novamente sobre o campo.[46] Depois do título, a escola não conseguiu renovar os contratos do interpréte Tinga ,do casal de mestre-sala e porta bandeira Julinho e Ruth. além da carnavalesca Rosa Magalhães. trazendo Gilsinho, como novo cantor. o casal Marquinhos e Giovanna além do retorno do carnavalesco Cid Carvalho falando sobre os Biomas e Foclore brasileiro.[52]
Meses depois, mais um contrato não foi renovado Paulinho Botelho que após dois anos, deixou o comando de bateria, que passa a ser comandada por Wallan. E na madrugada do dia 9 de dezembro, a escola escolheu seu samba para o carnaval de 2014, que mais uma vez foi da parceria de André Diniz, Evandro Bocão, Professor Wladimir, Arlindo Cruz e Artur das Ferragens. que derrotou outro samba, visto como favorito na escola, de: Tunico da Vila, Pedro Luís, Suzana Pires e Thales Nunes. Em novembro, o carnavalesco responsável por assinar o desfile de 2014 deixa a escola. A agremiação anunciou que uma comissão de carnaval com profissionais da casa iria elaborar o carnaval de 2014. Meses depois, Cid foi reintegrado novamente como carnavalesco da escola, após se desculpar e pedir uma segunda chance Ainda em 2014, o então presidente Wilsinho Alves, desistiu de tentar uma reeleição, antes disso, quitou todas as dívidas da escola, algo que estava estimado em mais de 800 mil Reais.[60] Elizabeth Aquino, foi eleita Presidente da Vila Isabel para o triênio 2015/2016/2017.
Em 2015, a Vila Isabel ficou na penúltima posição na classificação dos desfiles com enredo sobre o maestro Isaac Karabtchevsky.Três meses depois do carnaval,a então presidente Elisabeth Aquino,renunciou ao cargo argumentando que havia entre ela e alguns membros da sua própria gestão uma incompatibilidade de pensamentos. Em seu lugar entrou Luciano Ferreira, que além de reforçar o carro de som com a chegada de Igor Sorriso – vindo da São Clemente, contratou o carnavalesco Alex de Souza que em 2016 desenvolveu o enredo “Memórias do ‘pai Arraia’ – Um sonho pernambucano, um legado brasileiro” que homenageia a cultura de Pernambuco e o político Miguel Arraes. Em 24 de dezembro de 2015 a escola perde o compositor Leonel, morto na porta de sua residência..No ano seguinte, num desfile visualmente melhor, a Vila Isabel foi a primeira escola a desfilar na segunda noite. Com um sambódromo ainda frio, a escola fez um desfile mediano e, homenageando Miguel Arraes, conseguiu um oitavo lugar, um desempenho melhor que em 2015, quando a escola ficou em 11º.
Em 2017, a escola renovou com Alex de Souza, e o enredo para a disputa do carnaval foi “O Som da Cor”. O samba-enredo foi tido por muitos no período pré-carnaval como um dos melhores do ano, e prometia no dia do desfile, No entanto, o que se viu na avenida foi um desfile muito abaixo do que se esperava, com alegorias e fantasias mal-acabadas. Mesmo com o excelente samba, a harmonia da escola não foi das melhores, e a Vila Isabel conseguiu apenas um décimo lugar.
Após uma sequência de péssimos resultados,a direção da escola resolveu arriscar e rescindiu o contrato de cinco anos com Alex de Souza.A escola contratou Paulo Barros, que deixou a Portela após o fim de seu contrato na outra escola. Os dois trabalharam juntos na mesma Vila Isabel em 2009, num enredo sobre o Theatro Municipal, mas dessa vez o carnavalesco recém-campeão pela escola de Madureira assinará o enredo de 2018 sozinho,mas terá o auxílio de Paulo Menezes.