Rio Carnival
Rio Carnival

Enredo 2022

  • Presidente: Fernando Horta
  • Carnavalesco: Jack Vasconcelos
  • Diretor de Carnaval: Fernando Costa
  • Intérprete: Wantuir e Wictoria Tavares
  • Mestre de Bateria: Casagrande
  • Rainha de Bateria: Lexa
  • Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Raphaela Caboclo
  • Comissão de Frente: Sérgio Lobato

“É ONDA QUE VAI… É ONDA QUE VEM…
SEREI A BAÍA DE TODOS OS SANTOS
A SE MIRAR NO SAMBA DA MINHA TERRA”

G.R.E.S. Unidos da Tijuca | Carnaval 2023

Sinopse – RESUMO

Capítulo 1

Do Mar

Sou Kirimurê, o grande mar interior do povo Tupinambá. Nasci de uma ave encantada decaída do céu. Contavam os indígenas antigos que seu coração abriu a terra quando tocou o chão, foi preenchido com o mar do Atlântico e suas alvas asas bordaram de areia meu contorno. Sou a mãe cujos filhos são peixes, de águas mornas e mansas onde as baleias cantam.

Capítulo 2

Da Terra

Sou a boca de mar do primeiro de novembro de Gaspar de Lemos, a Capitania de Francisco Pereira Coutinho e dos franceses que vinham até mim, atrás do meu pau-brasil e humaitás. Vi a comitiva de Tomé de Souza, que D. João III mandou para fundar a primeira capital, desembarcar na praia do porto da Barra. Construíram fortes, trouxeram a cruz, escravizados e cana-de-açúcar. Fui cobiçada pela Companhia das Índias Ocidentais, invadida pelos holandeses.
Mas a terra que banho é barril dobrado; é de luta. O som de minhas ondas ecoa nos gritos das revoltas, levantes, e pela independência no dois de julho, pois a luta pela liberdade também tem um perfume de maresia.

Capítulo 3

Dos Santos

Sou de todos os santos e axés. Marés barrocas me fizeram África do lado de cá. Na minha beira floresceram igrejas e candomblés. A magia que sopro pelos ares ao meu redor balança as medidas do Bonfim, levanta a saia das baianas, desfralda os estandartes das procissões, faz dançar as folhas das gameleiras de Nosso Senhor da Vera Cruz que fazem levantar os que já se foram, assanha a brasa da fogueira junina de Xangô que ilumina Santo Antônio na novena, mistura o toque dos sinos com os agogôs, espalha a vibração dos atabaques e do Iorubá falado na missa. Pelas minhas águas que a Gratidão do Povo desfila levando Bom Jesus dos Navegantes em triunfo e devoção.
Meu axé deseja que Deus lhe abençoe.

Capítulo 4

Do Povo

Sou a fartura que faz as redes do povo do mar pesarem em alegria. De mim vem o sustento de pescadores, marisqueiras, catadores de pinaúna, de siri-boia, papa-fumo, chumbinho, salambi, peguari, rala coco. Meu balanço ensinou o Marinheiro Só a nadar nos versos cantados na capoeira dos estivadores e no ritmo das Marujadas e Cheganças.
Meu vento infla as velas dos saveiros que me cruzam a superfície em um vai e vem bailarino, me fazem de rua e palco. Levam o pescado, dendê, farinha, cestos de cana-brava, caxixis de barro, rendas de bilro, frutas, folhas, para a feira de São Joaquim e o Mercado Modelo. De lá, aliás, ainda vejo Maria de São Pedro e Camafeu de Oxóssi refletirem em meu espelho d’água a me admirar. Exalo meu encantamento quando se abre uma garrafa de cachaça de folhas e no cheiro das comidas nos tabuleiros, tachos, alguidares, panelas e nas cabeças das Paparutas a rodar e dançar.

Capítulo 5

Do Reino

Sou o reino de Aioká que guarda tesouros e segredos nas profundezas aquáticas. Naufragados descansam em sua eternidade, casas dos habitantes marinhos que enriquecem a arquitetura viva das profundezas. Tenho ouro negro em meu recôncavo, que traz em sua essência a lembrança de um reino extinto há milhares de anos. Estou na beleza enigmática que envolve a Ilha do Medo e na misteriosa água da Fonte da Bica que, juram, a água fina faz velha virar menina.
Sou a soberana da Amazônia Azul, a mais bela de toda a costa brasileira.
Minha natureza reina absoluta na exuberância da ilha que os frades nomeiam, onde meu azul envolve o verde da mata atlântica num espetáculo de preservação e respeito.
Sou o encontro de duas rainhas. O mar salgado de Iemanjá recebe as águas doces de Oxum quando os rios Paraguaçu, Subaé e Jaguaripe desaguam em mim.

Capítulo 6

Da Festa

Sou navegante da alegria, da festa. Por isso chame, chame, chame gente que eu benzo o banho de cheiro dos foliões, os blocos de caboclinhos, blocos afros e os Afoxés. Chame gente que é massa sentir os sorrisos felizes por trás das máscaras do carnaval dos mascarados, dos caretas e se alegrar com o arrasta povo do Forró do Jegue. Ó paí, que o embalo da Festa D’Ajuda já anunciou que a capela deu sinal, quem quiser sambar apareça! Chame gente para tomar um sorvete na Ribeira, se esbaldar no samba de roda da segunda-feira gorda e sambar com a Barquinha de Bom Jesus dos Pobres.
Comemoro e reverencio a vida em cada pôr do sol no farol, com a esperança de que algum dia a paz vencerá a guerra e viver será só festejar.

Texto: Jack Vasconcelos

Ilustração: Antônio Vieira

Títulos da Escola

2014

Campeã

2010

Campeã

2012

Campeã

1936

Campeã

Ficha Técnica

  • Fundação: 31/12/1931
  • Cores: Azul e Amarelo
  • Presidente: Fernando Horta
  • Quadra: Clube dos Portuários – Av. Francisco Bicalho, 47 – Santo Cristo, Rio, RJ Sede – Rua São Miguel, 430, Tijuca – Rio de Janeiro, RJ – CEP 20530-420
  • Barracão: Cidade do Samba (Barracão nº 12) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa – CEP: 20.220-290

A História da Unidos da Tijuca

Em 1936, a escola foi a grande campeã do carnaval carioca, com o enredo Sonhos delirantes. Naquele desfile, realizado na Praça Onze, a Tijuca trouxe uma inovação, apresentando alegorias aludindo o enredo.

De 1960 a 1980, enfrentou um período muito difícil, desfilando no segundo grupo e sem conseguir subir. Neste período, somente uma vez chegou perto de voltar ao grupo das grandes. Em 1980, foi a campeã do Grupo 1B, voltando ao grupo principal do carnaval carioca.

O empresário português Fernando Horta assumiu a presidência em 1992 pela primeira vez. Sob sua gestão, uma nova quadra de ensaios foi inaugurada, no Santo Cristo, zona portuária. De acordo com Fernando Horta, essa foi uma medida para atrair recursos para a escola, que assim, poderia ajudar mais a comunidade. Alguns membros da comunidade, no entanto, reclamam da falta de presença da entidade em sua própria quadra, utilizada apenas, segundo estes, pela escola de samba mirim.

Em 1998, homenageou o navegador português Vasco da Gama, além do Clube de Regatas Vasco da Gama, que completava o seu centenário. Nesse ano, foi rebaixada. Mais de uma década depois, o presidente classificaria aquele como “o melhor desfile” e atribuiria o rebaixamento ao fato de os jurados serem flamenguistas e anti-Eurico Miranda. Em 1999, no Grupo de Acesso, a Tijuca fez um desfile memorável, com o enredo O Dono da Terra do carnavalesco Oswaldo, recebendo todas as notas “10”, com um belo carnaval e um samba considerado por muitos especialistas como “antológico”, sendo reconduzida ao Grupo Especial.

Em 2000, no carnaval comemorativo dos 500 anos de Descobrimento do Brasil, apresentou o enredo Terra dos papagaios… Navegar foi preciso!. Nesta ocasião, após polêmica devido ao uso da imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança e uma cruz, o carnavalesco Chico Spinoza chegou a ser detido e o painel apreendido. O delegado responsável pela operação chegou a dizer que a escola já teria, com isso, alcançado seus minutos de fama, já que possivelmente obteria uma má colocação. No entanto, o quinto lugar obtido foi o melhor resultado em quase 50 anos. No ano seguinte, cantou a vida e obra de Nélson Rodrigues, mas não obteve o sucesso do ano anterior.

Em 2002, contou a história da Língua Portuguesa, homenageando os países da CPLP. A escola teve problemas com a última alegoria, que a fez terminar o desfile acima do tempo regulamentar e, com isto, ser punida com 0,2 na apuração, terminando em nono lugar. O ano de 2003, abordou como tema de seu desfile os Agudás, povo africano formado por ex-escravos brasileiros que foram para a África. Um desfile também problemático em diversos quesitos, obteve novamente a nova colocação.

Com a chegada de Paulo Barros, em 2004, a Tijuca surpreendeu e conquistou o vice-campeonato, através de um enredo que falava dos avanços da Ciência, tendo revolucionado a estética dos desfiles ao apresentar alegorias humanas. A Revista Nature destacou a alegoria, cuja atração era a presença de 133 bailarinos, que através dos seus movimentos, formavam uma espiral, representando o DNA. Na opinião do então prefeito César Maia, o carro alegórico foi o mais marcante do ano.

Em 2005, foi novamente vice-campeã, com um enredo que falava de cidades e reinos do imaginário humano dessa vez ficando a apenas um décimo da campeã Beija-Flor, tendo sido a favorita do público e vencedora do Estandarte de Ouro de melhor escola.Em 2006, a escola do Morro do Borel entrou como favorita no Sambódromo[carece de fontes onde realizou um desfile vibrante. O enredo abordava o som, e segundo o carnavalesco, seu desafio seria transformá-lo em imagem. O desfile transcorreu perfeitamente[carece de fontes, e a escola ganhou, mais uma vez, o Estandarte de Ouro de melhor escola, porém amargou a sexta colocação. Após o carnaval, Paulo Barros transferiu-se para a Viradouro, sendo substituído pela dupla Lane Santana e Luiz Carlos Bruno

Em 2007, a Tijuca manteve o estilo de Paulo Barros desfilando com o enredo De lambida em lambida, a Tijuca dá um click na avenida, que falou sobre a fotografia, conquistando a quarta colocação, ainda à frente do Viradouro. No carnaval de 2008, a azul e ouro da Tijuca falou sobre os diferentes tipos de coleções.

Alegoria, no desfile de 2009.

No ano seguinte, saindo da linha sobre temas abstratos, apresentou o enredo Uma odisseia sobre o espaço, de autoria de Luiz Carlos Bruno, texto de João Pedro Roriz e samba-enredo de Julio Alves e Totonho,obtendo a 9º colocação. O presidente, naquele ano, reclamou, após o resultado, que a Beija-Flor, ao desfilar antes da Tijuca com um enredo que abordava o banho, espalhou água pela pista, o que teria prejudicado a apresentação dos segmentos, especialmente, do casal de mestre-sala e porta-bandeira

Com o enredo É segredo! e a volta do carnavalesco Paulo Barros no carnaval 2010, a escola quebra o jejum de 74 anos sem o título do Grupo Especial e se torna a campeã do carnaval carioca pela segunda vez,levando ainda o Estandarte de Ouro de melhor escola.