Rio Carnival
Rio Carnival
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Enredo 2022

  • Carnavalesco: Alex de Souza
  • Diretor de Carnaval: Alexandre Couto
  • Diretor de Harmonia: Jomar Casemiro (Jô)
  • IntérpreteEmerson Dias e Quinho
  • Mestre de Bateria: Guilherme Oliveira e Gustavo Oliveira
  • Rainha de Bateria: Viviane Araújo
  • Mestre-SalaSidclei Santos
  • Porta-Bandeira: Marcella Alves
  • Comissão de Frente: Sérgio Lobato
  • Desfile de 2022
  • Posição de desfile: 

Sinopse – RESUMO

Maior cidade escravista das Américas, o Rio de Janeiro foi o palco da assinatura da Lei Áurea, diploma legal que extinguiu a escravidão no Brasil. Abolir o trabalho escravo, porém, não foi suficiente para promover as mudanças tão desejadas por todos nós.

Abandonados pelo Império, continuamos sem condições para uma existência decente. Libertos, tornamo-nos prisioneiros da miséria nos cortiços, nas ruas, nos trabalhos precários e na ausência de direitos humanos e sociais básicos. Discriminados e marginalizados,sem cidadania, sem alternativas para uma vida digna, fomos lançados à nossa própria sorte. Excluídos – no dia seguinte, na década seguinte, no século seguinte –, vivemos, até hoje,sufocados. Hoje, ser pretono Rio de Janeiroe no Brasil (país que tem a segunda maior população preta no mundo) éter que lutar diariamente por respeito. Lutar para não ceder nem sucumbir à segregação promovida pela sociedade e pelo Estado.

É recusar os abusos e a submissão pela ausência de políticas públicas que poderiam promover melhores condições de vida. É não se deixar enganar pelapseudo “democracia racial”, sempre camuflada por hipocrisia, eufemismos ou subterfúgios mal disfarçados. Aqui, ser preto é, acima de tudo, um atode RESISTÊNCIA. E resistir é ter nossa história, antes negada e silenciada, ressignificada e recontada no carnaval, lugar de alegria, mas também de diálogo com o mundo.

Ao som dos tambores ancestrais, o Salgueiro foi pioneiro na introdução da temática africana nas escolas de samba. Seguiu na contramão da narrativa “oficial” do país e deu vez e voz aos personagens, heróis e protagonistas pretos. Como um Griot, transmitiuricas histórias por meio de enredos querevelam a participação da escola no processo de resistência cultural e de luta contra o racismo institucional. Resistir é plantar um legado nos “chãos” do Rio de Janeiro.

Criamos Quilombos, lugares deresistência e insurgência negra, com estrutura politica, econômica e social africana. Revivemos a história nas marcas deixadas na Pequena África, região que se destaca como lugar de acolhimento e também por personagens como as tias baianas festeiras da Praça XI, cozinheiras e Mãesde Santo celebradas até hoje pela fantasia e pelo rodopio que as nossas Alas de Baianas exibem.

Foram elas que formaram o espaço sociocultural do samba, entendido como extensão dos terreiros de Candomblé. Resistir é professar nossa fé. Por ela nos unimos nas irmandades religiosas que faziam filantropia por justiça social. Construímos os terreiros de Candomblé, templos que são uma reinvenção do macro universo cultural e religioso trazido do continente africano. Desenvolvemos o Culto Omolokô e criamos a Umbanda, religião afro-brasileira surgida no Rio de Janeiro, que sincretiza elementos do Candomblé, do Espiritismo e do Catolicismo.

Títulos da Escola

2009

Campeã

1975

Campeã

1974

Campeã

1965

Campeã

1963

Campeã

1993

Campeã

1971

Campeã

1969

Campeã

1960

Campeã

Ficha Técnica

  • Fundação: 05/03/1953
  • Cores: Vermelho e Branco
  • Presidente: André Vaz 
  • Presidente de Honra: Rafael Alves
  • Quadra: Rua Silva Teles, 104 – Andaraí – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20541-110
  • Ensaios:
  • Barracão: Cidade do Samba (Barracão nº 08) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa – CEP: 20.220-290/td>
  • Web site: www.salgueiro.com.br
  • Imprensa: Flávia Cirino 

A História do Salgueiro

Primeiros anos Em seu primeiro desfile, com o enredo “Romaria à Bahia” em 1954, a Acadêmicos do Salgueiro surpreendeu o público e alcançou a terceira colocação, à frente da Portela.
O primeiro presidente do Salgueiro foi Paulino de Oliveira e nos anos que se seguiram, a escola ousou ao tratar de enredos que colocassem os negros em destaque, e não como figurantes. É exemplo marcante desse novo estilo, Navio Negreiro (1957). Mas foi em 1958, sob a presidência de Nélson Andrade, que a agremiação adotou o lema que traz até hoje: nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente.

Foi Nélson Andrade o responsável pela ida do carnavalesco Fernando Pamplona para o Salgueiro, em 1960, dando início a uma grande mudança no visual da escola. Pamplona criou uma equipe formada por ele, o casal Dirceu e Marie Lousie Nery, Arlindo Rodrigues e Nilton Sá, revolucionou a estética dos desfiles das escolas de samba. Essa tendência foi reforçada com a chegada de Fernando Pamplona e, posteriormente, de Arlindo Rodrigues, que resgataram personagens negros que enriqueceram a história do Brasil, embora fossem pouco retratados nos livros escolares, como Zumbi dos Palmares (Quilombo dos Palmares – 1960), Xica da Silva (Xica da Silva – 1963) e Chico Rei (Chico Rei – 1964).

1963 – “Xica da Silva”

No primeiro desfile realizado na Avenida Presidente Vargas, a Acadêmicos do Salgueiro foi a nona escola a se apresentar pelo Grupo 1. Mais uma vez a escola optou por homenagear uma personalidade desconhecida do grande público na época, Chica da Silva. A ideia de desenvolver tal enredo partiu do carnavalesco Arlindo Rodrigues. Até mesmo Fernando Pamplona desconhecia a personagem. Arlindo ficou responsável pelo desfile, enquanto Pamplona ajudou a escolher o samba-enredo. Pela primeira vez, na história do carnaval carioca, um enredo foi centrado em uma personalidade feminina.

Também pela primeira vez, um desfile de escola de samba apresentava uma ala coreografada. Com perucas, luvas e roupas de época, componentes da escola representavam doze pares de nobres dançando polca. A ala “o minueto” foi coreografada por Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Na época, a ideia causou polêmica e dividiu opiniões, recebendo críticas de sambistas mais tradicionais. Com o passar do tempo, as coreografias em alas e alegorias foram incorporadas por outras escolas. Isabel Valença, esposa do então presidente Osmar Valença, desfilou como destaque de chão representando Chica da Silva.

Sua fantasia ostentava uma peruca de 1,10 metros, e um vestido com cauda de sete metros de comprimento. A luxuosa fantasia de Isabel fez tanto sucesso que ela foi convidada para participar do concurso de fantasias do Teatro Municipal, no ano seguinte, se tornando a primeira mulher negra a vencer o concurso. Isabel desfilaria durante anos como destaque de chão do Salgueiro, sempre ostentando fantasias caras, de luxo.

O cineastra Cacá Diegues, que assistiu ao desfile ao vivo, afirmou que a apresentação foi uma das inspirações para dirigir o filme Xica da Silva, rodado em 1976. Ao final de seu desfile, a escola recebeu gritos de “já ganhou”. Na apuração das notas, o favoritismo foi confirmado e a Acadêmicos do Salgueiro conquistou o seu segundo título de campeã do carnaval carioca. Desta vez, sozinha. No ano de 2013, o Jornal Extra recriou o desfile em um show especial em homenagem à Acadêmicos do Salgueiro