Rio Carnival
Rio Carnival

Enredo 2023

  • Carnavalesco: Leandro Vieira
  • Diretor de Carnaval: Wagner Tavares de Araújo e Marcos Aurélio Fernandes
  • Diretor de Harmonia:– Paulo Brandão
  • Intérprete: Pitty de Menezes 
  • Mestre de Bateria: Lolo
  • Rainha de Bateria: Iza
  • Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro.
  • Comissão de Frente:Marcelo Misailidis
  • Desfile de 2023

O APERREIO DO CABRA QUE O EXCOMUNGADO TRATOU COM MÁ-QUERENÇA E O SANTÍSSIMO NÃO DEU GUARIDA.

G.R.E.S. IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE | Carnaval 2023

Sinopse – RESUMO

Cheiro de pólvora perfumando as ventas. O parabelo carregado e a bala cortando os ares. O calango rabisca o chão, a boiada se inflama, o cavalo galopeia aperriado. O rifle balança como menina na mão do cangaceiro. A faca talha. Fura. Mata gente.

O cabra grita, o suor desce pelo gibão de couro. O líder do bando canta e os bandoleiros se colocam a arrastar as chinelas. A poeira laranja sobe sobre o xique-xique ainda verde. Criança de colo corre. O gato late. O cachorro solta um miado fino e a turma se põe a xaxar. Xaxando, me ponho a contar, nome por nome do time que Lampião comandava: tinha Corisco e tinha Dadá. Tinha Pilão Deitado, Beato e um homem brabo, com nome de cobra, vulgo Jararaca, que, ao morrer, dizem ter virado santo. Tinha também Graúna, Zé Baiano, Azulão e Cirilo Antão. Não me perdoo se esquecer o nome de Cansanção. Canário, companheiro de Adília, Pé de Peba e Pé de Pato. Pajeú, Volta Seca e Zé de Julião. Juntos, essa turma esquentava como pitú com pimenta ou o sol que arde, queima e castiga o sertão. Arruaça, rebuliço, Deus nos acuda e, no meio disso, reluz – como a chama do candeeiro – a estrela de Salomão, que brilha no chapéu de um cangaceiro, rei e capitão.

Contado nas palavras rimadas do cordel, cantado pelas cordas das violas do repente, tema para o gracejo do boneco mamulengo. Ele tá na boca e na reza dos beatos; nos aboios dos vaqueiros; na bagagem dos tropeiros; no motivo da lágrima que molha o rosto da carpideira. Tá lá o nome dele: Virgulino Ferreira da Silva. Vulgo Lampião, que morreu aos quarenta anos tiroteado numa emboscada que lhe separou a cabeça do cangote, no raiar de um dia vinte e oito, quando o calendário marcava o mês de julho, no ano de 1938.

Morto, Lampião foi direto aos portões do inferno. Morada do Encardido, Capiroto, Arrenegado, Peba, Excomungado. De nome Filhote e sobrenome Danado. A casa do Tinhoso onde pensava ser tratado e aceito como bom moço. Barrado no portão, fedendo a enxofre, montado em seu cavalo – agora, só de osso – se aperreou com a demora pra entrar, fruto da discussão com um diabo ainda moço.

O certo é que Satanás, dono daquela morada, por saber de quem se tratava, não queria confusão. Se desse ingresso a um cabra com a fama de Lampião, logo, sem demora, lhe chegava a desmoralização. Diante da negação, Virgulino Ferreira se inflamou e, acredite o senhor ou não, fogo no inferno o sujeito tocou. Em brasa, morreu pra mais de cem cão queimado. Morreu Desgraça Pouca e Bananinha. Morreu Propina. Morreu um cão chamado Preguiça. Morreu Luxúria e Avareza. Saudades deixou o cão Safadeza. Gemendo, morreu Ypsilone. Em chamas morreu Furico. Morreu Belzebu muito apreciado por Satanás.Para saber mais, Clique aqui

Títulos da Escola

2001

Campeã

2000

Campeã

1999

Campeã

1995

Campeã

1994

Campeã

1989

Campeã

1981

Campeã

1980

Campeã

Ficha Técnica

  • Fundação: 06/03/1959
  • Cores: Verde, Branco e Ouro
  • Presidente: Luiz Pacheco Drumond
  • Presidente de Honra: Luiz Pacheco Drumond
  • Quadra: Rua Prof. Lacê, 235 – Ramos – Rio de Janeiro – RJ – CEP. 21060-120
  • Barracão: Cidade do Samba (Barracão nº 14) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa – CEP: 20.220-290
  • Web site: www.imperatrizleopoldinense.com.br

A História da Imperatriz

O GRÊMIO RECREATIVO ESCOLA DE SAMBA IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE é uma Escola de Samba do Rio de Janeiro, sediada no bairro de Ramos, na zona norte da cidade. Fundada em 6 de março de 1959 pelo farmacêutico Amaury Jório, juntamente a alguns sambistas da Zona da Leopoldina e remanescentes da extinta agremiação Recreio de Ramos, seu nome faz referência à Estrada de Ferro Leopoldina – que cortava o bairro de Ramos – e que, por sua vez, recebeu esse nome em referência à Imperatriz Maria Leopoldina do Brasil.

Em sua bandeira, carrega as cores verde, branco e ouro, além do símbolo maior, a coroa real. Ao longo do manto, onze estrelas simbolizam os bairros que compõem região: Bonsucesso, Brás de Pina, Cordovil, Manguinhos, Olaria, Parada de Lucas, Penha, Penha Circular, Vila da Penha, Ramos e Vigário Geral, abrangendo ainda toda a área do Complexo do Alemão e do Adeus.

Legítima herdeira dos foliões que, desde o começo do século 20, ocupavam as ruas de Ramos e imediações na região da Leopoldina com seus grupos carnavalescos, a Imperatriz Leopoldinense tem a tradição de reunir grandes sambistas em torno de sua bandeira.

A Rainha de Ramos – como é carinhosamente chamada – se notabiliza ao longo do tempo como referência no papel cultural das escolas de samba, brilhando com seus enredos originais, quase sempre ligados à história e cultura do Brasil. É também conhecida como celeiro de grandes compositores, destacando-se figuras como Zé Katimba e Niltinho Tristeza – autor do clássico Tristeza, que acabou batizando seu nome artístico.

E se formos falar de samba-enredo, a escola se envaidece em ter visto saírem de sua quadra sambas-de-enredo memoráveis como “Brasil: flor amorosa das três raças”, “Oropa, França e Bahia”, “Martim Cererê”, “O quê é que a Bahia tem?”, “O teu cabelo não nega”, “Liberdade! Liberdade! Abra as asas sobre nós” e muitos outros.

Num mundo dominado pelos homens, ela também se afirma como uma instituição que valoriza o poder feminino, a começar pelo seu próprio nome que, num sábio jogo de palavras, aproxima uma das mais pujantes regiões da cidade (a zona da Leopoldina) à uma das mais importantes e batalhadoras mulheres da história brasileira (a Imperatriz Leopoldina), atuante na política do país num período que reservava às mulheres papéis secundários, e uma das responsáveis por nossa independência.

Para que se tenha ideia da força feminina na escola, a Imperatriz foi a primeira a romper com a tradição das Comissões de Frente masculinas, trazendo em 1969 um grupo de passistas para defender o quesito que, até então, era sempre formado por distintos senhores das velhas-guardas nas demais escolas. Além disso, são muitas as figuras femininas notáveis, desde a Porta-Bandeira Maria Helena, passando pela carnavalesca Rosa Magalhães, a grande destaque Valquíria e as irmãs Cátia e Simone Drumond, respectivamente presidente executiva e presidente do conselho deliberativo da escola.

É também uma das pioneiras nas grandes inovações da folia, tendo revolucionado por duas vezes o quesito Comissão de Frente ( a primeira, já citada acima) e sendo responsável pelo formato organizado e preocupado com os quesitos – o famoso desfile técnico – tão fomentado nos dias de hoje. Berço de muitos bambas, a escola se orgulha de suas tradições e de sua trajetória, mantendo-se firme em sua missão de levar alegria, cultura e conhecimento ao povo brasileiro.